Um estudo científico da Universidade do Texas, descobriu que o uso de Aparelhos Auditivos melhora algumas funções cognitivas em pessoas com perda auditiva
O uso regular de Aparelhos Auditivos pode melhorar algumas funções cognitivas – concentração, memória e comunicação, diz o estudo da Universidade do Texas – “não em anos, mas apenas em duas semanas” – segundo a investigadora Jamie L. Desjardins, professora assistente do programa de patologia em Fala-Linguagem da universidade, e publicado na revista científica Frontiers in Psychology.
É fato que dificuldades Auditivas têm um forte impacto na vida das pessoas. Sabe-se também que a perda auditiva, quando não é tratada, pode ter sérias consequências emocionais e sociais.
A perda auditiva não tratada pode ainda interferir com as capacidades cognitivas, porque é necessário um esforço muito maior para entender e acompanhar uma conversa.
Desjardins explica que “quando uma pessoa tem dificuldades auditivas e não usa aparelhos auditivos, essa pessoa pode até compreender o que o outro interlocutor diz, mas à custa de muito mais esforço”.
“Pense numa pessoa que está a trabalhar (e não utiliza aparelhos auditivos). Essa pessoa vai gastar recursos extraordinários apenas para se tentar concentrar em ouvir. O mais certo é que não seja capaz de executar as tarefas no trabalho da mesma forma e ter um bom desempenho. E, se conseguir, vai sentir-se exausta porque se está a sobrecarregar.”
Esta pessoa acaba por despender muito mais energia e sentir-se muito mais cansada no final do dia. Afinal, consome demasiado “o seu cérebro” a tentar realizar uma atividade que não necessitaria de tanto esforço.
Testes comparam antes e depois
Neste estudo, a investigadora avaliou um grupo de indivíduos, com idades de 50 e 60 anos, com perda auditiva bilateral neurossensorial e que nunca utilizaram qualquer Aparelho Auditivo. Foram efetuados testes cognitivos para medir a memória de trabalho, atenção seletiva e a capacidade de processar discursos antes e depois de começarem a utilizar Aparelhos Auditivos.
Estas faixas etárias foram as escolhidas para a realização deste estudo porque se sabe que com o envelhecimento há um declínio de muitas das capacidades cognitivas básicas como: a memória de trabalho, a capacidade de prestar atenção a uma pessoa que fala num ambiente barulhento ou a habilidade de processar informação rapidamente. No entanto, não existiam muitos estudos que comparem o declínio destas capacidades com a perda auditiva ou com o uso de Aparelhos Auditivos.
Resultados impressionantes
Em apenas duas semanas após terem começado a utilizar Aparelhos Auditivos, os testes revelaram que houve um aumento percentual na capacidade de recordar palavras associadas à memória de trabalho, assim como nos testes de atenção seletiva.
Além disso, a velocidade de processamento foi também superior nos participantes que acertavam nas perguntas, o que significa que não só respondiam corretamente como eram mais rápidos. No final do estudo, os participantes mostraram melhorias significativas nas funções cognitivas.
Os estudos mais detalhados vão ser necessários para aprofundar esta temática. Há ainda um longo caminho para se entender todos os benefícios da utilização de Aparelhos Auditivos.